terça-feira, 17 de maio de 2011

Hot Shop: o que é? como faz? para quê?

O termo parece nome de loja americana do varejo. Mas Hot Shop na verdade é um modelo de agência criada no final dos anos 90 com uma dinâmica diferenciada das tradicionais agências de propaganda.
Entre algumas diferenças, estabelece-se uma maior aproximação do atendimento com o cliente, tanto como a quebra do modelo rígido de departamentos. Para isso, é necessário que a equipe seja enxuta. Uma das principais missões é reinventar a mídia. Quer um exemplo? Os hot sites (promocionais, com tempo limitado) foram criados pelas hot shops.

Em praças de grandes mercados e investimentos, é comumente observada a contratação de hot shops para a execução de parte de um projeto planejado por outra agência ou pelo departamento de Comunicação da empresa. Geralmente, também, a carteira de clientes é muito bem selecionada. Até mesmo porque um modelo diferenciado precisa de ter processos igualmente diferenciados.

Há que se situar no cenário macro econômico diante de tudo isso.
Devido ao panorama pós crise de 1998, começou a ser possível (e menos caro) realizar atividades que até então se encontravam apenas no exterior. Nos anos seguintes, até hoje, houve e ainda há uma ascenção nas balanças comerciais de algumas empresas-chave para a economia do país, principalmente devido ao fortalecimento do Real no governo Fernando Henrique Cardoso.
Ficou então mais viável investir em marketing, principalmente de entretenimento. A internet também foi fator eminente nesse período de mudanças. Começaram a aparecer eventos aqui e ali... Free Jazz, Skol Beats, Rock In Rio e outros.

Para suprir a demanda e até posicionar segmentos de marcas é que surgiram as agências hot shops, com estrutura de ponta e profissionais especializados em design e web. A criação ficou mais ousada nessas agências, nasceram novas mídias como o celular e a própria internet, redes sociais e gadgets cada vez mais personalíssimos. É evidente, também, que o próprio público alvo das peças criadas por uma hot shop é diferenciado, sendo minuciosamente estudado.

Tudo isso faz parte de uma evolução natural da Comunicação. Numa dessas, pode ser que no futuro a maioria das agências seja hot shops.


terça-feira, 3 de maio de 2011

"Twitter Mood" - a reinvenção do Twitter

A edição de hoje no jornal americano USA Today trouxe uma matéria interessante a respeito de uma nova ferramenta utilizada por negociantes de Wall Street em busca de lucro (mais uma de tantas). E por incrível que pareça, a mina de ouro está no Twitter, aliada à linguística.

É que um estudo da Universidade de Indiana mostrou uma forte relação entre o "estado de espírito" (mood) de milhões de pessoas e a média da bolsa Dow Jones. A partir de desenvolvimento de algoritmos e softwares capazes de processar essas informações foi possível prever a queda ou alta na Dow Jones de três para quatro dias, com acerto de 86,7%.

Based on academic research at Indiana University, here is a snapshot of how measuring the public mood by analyzing Twitter tweets can be translated into an investment strategy:

1. Capture daily tweets.
2. Analyze tweets with mood-measurement tools.
3. Determine mood content of tweets (i.e., “positive” vs. “negative” or “calm” vs. “anxious”).
4. If mood is positive or “calm” readings jump, buy stocks, because Dow is likely to rise three to four days later.
5. If mood is negative or “calm” readings plummet, sell stocks, because Dow is likely to fall three to four days later.

(IU study showed 86.7% accuracy rate in predicting the direction of the Dow three to four days later.)

Source: USA TODAY research


A coisa parece tão séria, que foi criado há não muito tempo o site TweetTrader.net.
Mas deixo os detalhes para os economistas explicarem melhor.

O que me chamou a atenção é a percepção de um novo foco de estudo sobre as massas. Se você reparar o que está acontecendo neste evento, você irá se deparar numa lógica: um lugar virtual onde milhões estão falando sobre diversos assuntos, de forma heterogênea, mas que, de acordo com a sua vontade, podem tornar-se homogênea com uma simples busca. É possível monitorar o que os seus consumidores e os da concorrência dizem. Basta realizar uma pesquisa (sem pesquisa, pouca coisa anda). E mais rápido do que se pensava, podemos ter novos conceitos de público e massa e redescobrir como nos relacionar melhor com esses públicos.

Enfim, o Twitter, assim como outras redes sociais e comunidades virtuais, ainda vai mudar o jeito como lidamos com as pessoas, seus pensamentos e vontades, e principalmente o jeito de manter uma comunicação eficiente. Além disso, permita-se a ver quantas outras coisas pegam carona: atendimento, planejamento, responsabilidade social, sustentabilidade, vendas, fidelização dos públicos...

Pelo que se vê, o tempo de ligar para os clientes avisando novidades na loja já passou, e muitos empresários insistem. O mundo está mudando. A Comunicação também.