terça-feira, 7 de setembro de 2010

Instituições públicas: omissão e falta de interesse?

O caso do vazamento das informações fiscais da filha do candidato à presidência José Serra treme a já tremida imagem de algumas instituições públicas. Estas tornam-se um assunto delicadíssimo ao analisar estudos de caso e circunstâncias pela forma pragmática da influência política sobre elas.

É sabido dos tais pilares da administração pública, a impessoalidade. Talvez esteja aí o nó pela qual o receio de uma declaração de um órgão competentemente superior a Receita Federal quando percebida a iminência da obrigação em comunicar, diante das informações pipocando na imprensa. Ora, porque fere a chamada "política eleitoreira" da situação no rol governamental.

A Caixa Econômica Federal passou maus bocados diante do escândalo, em 2007, da denúncia de lavagem de dinheiro e possibilidade de manipulação de resultados da Mega Sena. Setenta e duas pessoas envolvidas. O trabalho de recuperação de imagem do banco de maior importância do Brasil foi de suar. As estratégias em casos como estes precisam ser cuidadosamente traçadas para que não entrem em conflito com as próprias ações que criaram a crise. O objetivo está em reconquistar credibilidade.
No caso da Receita, a questão está além dos fatos de quebra de sigilo fiscal, "piorizado" pela época político-eleitoreira. O ponto está na incerteza dos atos da instituição, da perda de credibilidade, da desconfiança em uma instituição que somos obrigados a confiar e prestar contas.

Fica a dica: em caso de instituições de proporções imensuráveis, a solução talvez não seja dar desculpas esfarrapadas para a imprensa como "... vazamentos sempre aconteceram..." ou apenas trabalhar para recuperar a boa imagem, mas esteja sim no entorno da compreensão e atitude dos analistas de comunicação dessas instituições, de traçarem um esqueleto da cultura organizacional e identificar problemas.

Fico mais assustado quando tento entender o perfil dos profissionais de comunicação trabalham no setor público: na maioria jornalistas, com seus egos ainda aflorados como nos velhos tempos de Redação, vivendo saudosismos.

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