quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Como arruinar a personalidade (e as vendas)

Mais fácil do que parece, arruinar um trabalho de imagem associada ao merchandising gera custo adicional (obviamente não planhejado) à empresa. Gasta-se (ou investe-se?) uma nota preta pagando direitos autoriais para fazer um silk em qualquer produto licenciado. Mas sair perdendo por um lote "mal feito" pode até causar prejuízos. Não acredita?

A Kimberly-Clark Brasil e a Lipson Cosméticos lançaram uma linha de produtos da Turma da Mônica (aquela do Maurício de Souza) para crianças faz algum tempo. Apareceram, então, evidências de "irregularidades" na composição química do produto. Em verdade, o lote 7226 do talco cremoso da linha havia sido recolhido no último dia 16, sexta-feira. Agora, o lote 8057 do condicionador também. O fato: o pH de uma amostra teria dado mais baixo que o pH da pele, ou seja, mais ácido. As medidas de recolhimento tiveram ares de prevenção.

Segundo a Abril, ambas estão empenhadas na regularização de seus produtos. Mas repare como isso tudo é muito frágil: acaba que a Secretaria de Saúde de São Paulo irá notificar a Vigilância Sanitária Municipal de Diadema (onde funciona a fábrica) para inspecionar e verificar todas as etapas de produção. Acaba que a imagem da marca sai prejudicada. De alguma forma, a Turma da Mônica perde confiabilidade. E toda essa informação acaba não chegando aos consumidores do produto. É tudo feito nas surdinas.

Lançar nota na imprensa talvez adiante, mas não isso que se chama transparência. Nenhuma empresa faz propaganda dizendo que a Vigilância Sanitária está em cima, mas se comunica seus produtos de forma diferente. Em vez de vender a Turma da Mônica, vender as virtudes do produto pode ser a melhor saída.
Pra concluir, a lição que se tira é: para o fabricante - maior cuidado e responsabilidade nos lotes de seus produtos; quando for associar seu produto à imagem de personalidades, que faça de uma forma respeitosa, preservando a imagem da personalidade. Para a personalidade - verificar a funcionabilidade, virtudes e contras do produto.

Afinal, em meio a tantas crises (quem diga a... econômica), a crise de imagem pode bater a sua porta. Crise de imagem tanto do produto, quanto da personalidade. Assim funciona o tal do merchandising.
O que nos resta é observar que ações de comunicação que as duas empresas aqui citadas irão promover. Ou não.

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