segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Avenida Brasil

 
Mais interessante do que saber quem matou o Max na novela Avenida Brasil foi observar os movimentos das ações de Comunicação no horário nobre da TV Globo.

Várias marcas apostaram em merchandising durante todos os oito meses de novela, o que não é de se estranhar nas novelas globais. Houve, inclusive, inúmeros anúncios de oportunidade, em mídia imprensa, como o do Extra oferecendo pen-drive para a personagem Nina.
O mais esperado capítulo, o último, foi fenomenal em audiência: 58 pontos. Segundo os telejornais da emissora, o Brasil parou para ver este capítulo. A fórmula do sucesso? Bem, a trama conseguiu fazer um mix muito bem feito de comédia, traição, sexo, suspense, crime, terror, ou seja, tudo o que o brasileiro ama.

Mas os patrocinadores da novela patinaram.
Com tal montante de audiência, não houve movimentação alguma, como há nos Estados Unidos em época do SuperBowl - a grande final do futebol americano, por exemplo, onde o espaço comercial na televisão chega a custar milhões de dólares e grandes VTs publicitários são produzidos com não menos verdinhas. O comercial do último capítulo de Avenida Brasil foi dominado principalmente pelo Faustão e Procter & Gamble. Enquanto outras marcas fortes na novela como KIA, Lupo, Koleston, Nextel, Itaú não fizeram nada, nenhum VT especial em homenagem à novela, atores ou aos seus telespectadores. Ao invés, preferiram pagar até R$ 1,8 milhão para merchandising do que R$ 500 mil pelo espaço, dando brecha para investir ao menos R$ 1,3 milhão na produção de uma peça que saltasse os olhos (igualando o valor de inserção do merchan). Enfim, perderam uma grande oportunidade de dar mais visibilidade do que se teve com merchandising!

Se você não está entendendo o que quero dizer, aqui vai um exemplo de VT de oportunidade, feita pela Vivo:

Murilo Benício (Tufão) em "Vivo Sempre Internet. Entendeu"?

Enfim, não dá pra entender a mentalidade das agências/clientes que preferem inserir merchandising a fazer filmes brilhantes. Não que tenhamos que imitar os americanos, mas convenhamos, quem nunca procurou no YouTube os comerciais exibidos no SuperBowl? Talvez um pouco da culpa deve ser da inércia, ou melhor, da falta de "inovação de ideias" nas agências. Ao meu ver, parece que a publicidade ensaia uma inovação, mas tem medo.

A Gilette (P&G), em parceria com o Instituto Ayrton Senna, trouxe José de Abreu (Nilo) ao Hotel Windsor Barra para tirar a barba do personagem no projeto "Barba do Bem". O cachê do ator não foi divulgado, mas o Instituto recebeu parte dele: R$ 200 mil. Infelizmente o vídeo tem algumas partes sem áudio.
 
Fotos: Divulgação

Outros detalhes sobre a novela Avenida Brasil:
  • Todos os comerciais foram vendidos dois meses antes da exibição do último capítulo.
  • A receita total da novela: R$ 2 bilhões.

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